19 de junho de 2013

Bionovis define fábrica e tem aval para biológicos

Da Redação
A Bionovis, superfarmacêutica nacional criada para produzir e desenvolver medicamentos biológicos e biossimilares, anuncia que vai construir sua primeira fábrica no Rio de Janeiro. Três Estados estavam na disputa para receber o investimento – além do Rio, São Paulo e Santa Catarina.

Os planos da nova companhia, fundada no ano passado, são investir cerca de R$ 500 milhões, valor que inclui a construção da unidade e o desenvolvimento dos medicamentos. A Bionovis, que tem como acionistas as farmacêuticas Aché, EMS , União Química e Hypermarcas – cada uma com 25% -, tem o governo federal como importante aliado.

O governo federal será o principal comprador dos medicamentos produzidos pelo superlaboratório e vê nessa iniciativa a possibilidade de reduzir o bilionário déficit da balança comercial da saúde, que em 2012 atingiu cerca de US$ 11 bilhões. Desse total, US$ 6,114 bilhões corresponderam à compra de medicamentos prontos e US$ 2,612 bilhões de princípios ativos. O país também importa equipamentos de diagnósticos.

Outras duas empresas nacionais – a Orygen, joint venture entre Biolab, Cristália e Eurofarma – e a Libbs, que atua de forma independente, também estão envolvidas diretamente no projeto de nacionalizar a produção de medicamentos voltados para tratamentos complexos, como câncer e artrite reumatoide.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vai dar o aval para a realização dos estudos clínicos de medicamentos biossimilares já em desenvolvimento no país. A Anvisa já aprovou a fabricação do Etarnecepte, que trata de artrite reumatoide, em desenvolvimento pela Bionovis, em parceria com laboratórios públicos. A Libbs também deverá receber  aval da agência para a realização dos estudos clínicos do rituximabe.

Para Reginaldo Arcuri, presidente da Farma Brasil, que representa os laboratórios farmacêuticos de capital nacional, a decisão do governo em apoiar o desenvolvimento de biológicos no país é o primeiro passo efetivo e concreto para consolidar a indústria farmacêutica nacional. As medidas da Anvisa, segundo ele, são consideradas pioneiras ao estabelecer as duas rotas.

O Ministério da Saúde tem assinadas 64 PDPs (Produto de Desenvolvimento Produtivo), que envolvem 15 laboratórios nacionais e cerca de 40 farmacêuticas privadas. Essas parcerias são para transferência de tecnologia de produção de medicamentos para laboratórios públicos. O governo deve anunciar hoje dez novas PDPs para medicamentos biológicos, que vão incluir medicamentos para câncer e doenças inflamatórias crônicas, envolvendo os superlaboratórios.

As PDPs estimulam a nacionalização de importantes medicamentos. Nos últimos anos, a importação de remédios tem superado a de princípios ativos, sobretudo por conta dos altos custos dos produtos para tratamentos complexos. O governo federal responde por cerca de 60% das compras de biológicos no país. Apesar de os biológicos equivalerem a cerca de 5% dos medicamentos comprados pelo Ministério da Saúde, eles representam 43% dos gastos. Com os biossimilares nacionais, o ministério planeja economizar R$ 4 bilhões nas compras para o Sistema Único de Saúde (SUS).

Fonte: Valor Econômico

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