10 de outubro de 2013

Mercado ainda tem dúvidas sobre logística reversa de medicamentos

Da Redação

O governo federal deu o sinal verde para a implantação do sistema nacional de logística reversa de remédios, mas a definição prática por trás dos pontos de coleta das drogas em desuso ou fora do prazo validade está também nas mãos da indústria e do comércio, que hoje apresentam estimativas diferentes para a mesma questão.

O ponto de questionamento é em relação ao custo da logística reversa, que hoje é basicamente gerenciado pelos comerciantes em conjunto com as esferas públicas.

Na avaliação da indústria, no entanto, o volume estimado na implementação de uma política de logística reversa é menor. “No recorte que consideramos, cada farmácia recolhe 2,5 quilos por mês, mas o volume cai ao longo do tempo chegando a estabilizar em um quilo”, diz Maria José Delgado, Diretora de Inovação da Interfarma (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa).

Além da divisão dos custos, a projeção de volume é justamente um dos pontos em discussão no Comitê Orientador para a Implementação de Sistemas de Logística Reversa (CORI), o colegiado composto por membros de cinco Ministérios que discute os moldes que serão implementados no sistema nacional. “É uma novidade para todo mundo. Estamos falando em cálculos, prospecções, perspectivas, mas isso tudo na prática pode apresentar outra realidade. É por isso que defendemos um modelo com flexibilidade e expansão de coleta nos cinco primeiros anos”, acrescenta.

Nos próximos dias, o mercado aguarda a publicação do Edital de Chamamento, que deve formalizar as regras na cadeia de coleta. A partir disso, o modelo deve começar a entrar em vigor em até 120 dias em todo o território nacional.

Mas e como a conta será paga? Essa resposta deve ser apresentada somente a médio e longo prazos. “Tudo indica que teremos um modelo mais aberto, muito próximo de uma autorregulação. Diferente, por exemplo, do modelo de logística reversa de lâmpadas, que vai embutir o custo em cada etapa de produção até chegar ao consumidor final”, explica Lina Pimentel Garcia, sócia do escritório de advocacia Mattos Filho.
Fonte: Revista Boas Práticas Farmacêuticas

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