06 de junho de 2013

Mercado farmacêutico brasileiro deve chegar aos R$ 100 bi até 2017 e atrai estrangeiros

Da Redação

O varejo farmacêutico cresce em ritmo chinês no Brasil. Embalado pelo aumento do consumo, a forte concorrência e a abertura de novas lojas, o setor vem aumentando suas receitas a taxas de 15% ao ano e não deve parar por aí. A projeção é que as vendas dobrem em cinco anos, atingindo a casa dos R$ 100 bilhões. Os cálculos são da consultoria Brasilpar, que faz análises do setor e é especializada em fusões e aquisições. Neste ano, em que a economia não deve crescer mais que 2,5%, o setor deve repetir a taxa de crescimento de 15%, estima a empresa.

O baixo nível de desemprego, o aumento das vendas de produtos com maior valor agregado – como cosméticos – e o envelhecimento da população colocaram o país no radar de investimentos nacionais e estrangeiros nesse setor. Em fevereiro, a norte-americana CVS, maior rede de farmácias dos Estados Unidos, com receita de US$ 123 bilhões, marcou a entrada de um grupo estrangeiro nesse setor no país ao comprar uma grande rede de drogarias paulista.

A Walgreens, segunda maior rede norte-americana de drogarias, também se prepara para fincar sua bandeira no país. A empresa vem fazendo prospecções no mercado e deve, até o fim do ano, fazer uma aquisição por meio do seu braço inglês, a Boots.

A chegada das redes internacionais ocorre em um momento de consolidação do mercado local e pode abrir um novo capítulo para o setor. “O mercado de farmácias passa pelo mesmo processo que o setor de supermercados viveu há alguns anos, com o aumento da concorrência, inclusive estrangeira, maior concentração, graças a fusões e aquisições, e forte volume de vendas”, diz Luiz Eduardo Costa, sócio da Brasilpar.

Em 2012, as cinco maiores redes responderam por 29% do faturamento do mercado, de R$ 49,6 bilhões. Há cinco anos, elas representavam 20% das vendas. Ainda assim, o Brasil tem um nível de concentração bem menor que outros mercados, como o dos EUA. Aqui, redes regionais ainda têm presença forte em seus mercados e rivalizam com empresas de abrangência nacional.

O setor atrai cada vez mais concorrentes. Além das redes de farmácias, os supermercados vêm investindo, há pelo menos uma década, em redes próprias, junto das suas lojas, movimento que vem sendo puxado por Walmart, Pão de Açúcar e Carrefour. Por trás do interesse das empresas está um mercado com consumo ainda baixo quando comparado a outros países. “Na Argentina ele é de US$ 123 per capita. No Brasil é de US$ 110”, diz Costa.

HIGIENE E BELEZA

A venda de cosméticos e perfumaria é uma das responsáveis pelo bom desempenho do setor de farmácias. Cerca de 30% do faturamento das redes é gerado por esses produtos. A previsão, segundo as empresas, é que o percentual chegue a 50%.

Atentos a esse mercado, fabricantes investem em parcerias com redes de drogarias. Há dois anos, a francesa L’Occitane passou a vender seus produtos em drogarias. Há uma tendência que as farmácias tenham exclusividade em alguns produtos de determinadas marcas.

Fonte: Gazeta do Povo – PR

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