21 de maio de 2023

25 mil empresas conectadas no ecossistema associativo

Estudo identifica mais de 500 grupos de negócios em diferentes áreas; supermercados, farmácias e construção lideram ecossistema associativo

Um levantamento inédito do Observatório Brasileiro de Redes e Centrais de Negócios mapeou 501 redes e centrais de negócios que, juntas, contemplam mais de 25 mil empresas em atividade no Brasil.

O número representa um marco dentro de um setor que vem crescendo nos últimos anos, impulsionado pela criação de grupos de negócios em diferentes segmentos econômicos, com destaque para o varejo de alimentos (133 redes), farmácias e drogarias (106) e materiais de construção (88).

O mapeamento também observou números relevantes de grupos de negócios relacionados aos setores de autopeças e mecânicas, agronegócios, varejo de móveis e educação. Liderado pelo pesquisador e professor Douglas Wegner, da Fundação Dom Cabral (FDC), o estudo revelou ainda a existência de uma base de sustentação para o desenvolvimento do núcleo de empresas participantes dessas redes e centrais de negócios.

Ao todo, o país contempla ao menos quatro entidades de fomento ao associativismo, incluindo o Sebrae, o Semesp eo governo do Rio Grande do Sul, além de quatro federações de redes (Febrafar, Fernem, Febramat e Fórum Nacional de Redes Associativistas) engajadas nesse ecossistema.

Foram mapeadas também cinco redes “mães” de redes de negócios: RedeCen (RS), Rede Brasil (SP), Rede Integrada (CE), Super Central Mineira (MG) e Construir Nacional (SP); e três empresas e consultorias focadas no segmento: Área Central, Redexpert e Anjos do Varejo.

O número expressivo de redes e centrais de negócios no Brasil tem impacto direto sobre a economia. De acordo com Wegner, muitas redes são resistentes a compartilhar números, o que dificulta um cálculo preciso de resultados e geração de empregos do setor. Mas estimativas do próprio Observatório apontam para um universo composto por quase 200 mil pessoas impactadas direta ou indiretamente pelo segmento, o que representa um grande contingente de empregos e renda distribuídos nas regiões onde essas empresas atuam.

Sul e Sudeste são destaque no ecossistema associativo

De acordo com Douglas Wegner, a maior incidência de redes e centrais de negócios brasileiras está baseada em estados das regiões Sul e Sudeste.

“No Sul, o setor se mostra mais consolidado porque houve um programa público de apoio à formação de redes que contribuiu de maneira muito significativa para esse número de redes ativas. Já no Sudeste, pela questão demográfica e número de empresas, a região foi e continua sendo um campo fértil para formação de redes. Os exemplos bem-sucedidos nessas regiões também ajudaram a fazer com que mais empresas procurassem o associativismo empresarial como forma de obter melhores resultados”, sinaliza.

O cenário se distingue do de décadas passadas, quando o fomento à participação de empresas independentes em grupos empresariais era menos intenso. O pesquisador destaca que a evolução do setor acontece à medida que os benefícios desse modelo de negócios vêm sendo popularizados e tornam-se mais claros para os empreendedores.

Hoje, um dos principais chamarizes do segmento é a possibilidade de realização de compras conjuntas de produtos e serviços e de desenvolvimento mútuo das empresas associadas, como a oferta de serviços diferenciados, oportunidades de capacitação, acesso a conhecimentos de mercado e atividades de apoio.

O futuro do setor

Para Douglas Wegner, o crescimento do ecossistema associativo gera expectativas de que entidades empresariais como associações comerciais e industriais e câmaras de comércio se agreguem ao modelo: “Elas têm a relação com centenas de empresas que, bem articuladas, podem formar potentes redes e centrais de negócios. Isso vale para todas as regiões do país”.

O Observatório Brasileiro de Redes e Centrais de Negócios indica, por outro lado, que com o tempo alguns setores do mercado devem observar uma redução no número de redes. “São setores em que o número de empresas em rede seguirá aumentando, mas não o número de redes existentes. Refiro-me a setores como materiais de construção, farmácias, móveis e supermercados. Em outros setores surgirão novas redes, porque os empresários estão começando a perceber os benefícios da cooperação”, avalia Wegner.

Mapa de Redes e Centrais de Negócios (2023) – Setores em Destaque

Supermercados

Número de redes: 133

Número de empresas associadas: 4.000

Participação por região: Sudeste (59), Sul (38), Nordeste (32) e Centro-Oeste (4)

Farmácias e Drogarias

Número de redes: 106

Número de empresas associadas: 16.000

Estados impactados: 16

Participação por região: Sudeste (58), Sul (28), Nordeste (16) e Centro-Oeste (4)

Materiais de Construção

Número de redes: 88

Número de empresas associadas: 2.700

Estados impactados: 18

Participação por região: Sudeste (44), Sul (25), Nordeste (13), Centro-Oeste (5) e Norte (1)

 

Fonte – Portal Administradores

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