12 de novembro de 2024

Idosos valorizam preço e fidelidade em farmácias, aponta estudo

Um estudo revela que o preço e a fidelidade são fatores decisivos para consumidores com mais de 50 anos em farmácias, com crescimento nas compras digitais e desafios na administração de medicamentos em casa.

Com o aumento da população sênior, as farmácias têm adaptado suas estratégias para atender às necessidades específicas dos consumidores acima dos 50 anos. 

Uma nova pesquisa realizada pelo Instituto Febrafar de Pesquisa e Educação Corporativa (IFEPEC) em parceria com o Núcleo de Economia Industrial e da Tecnologia (Neit) da Unicamp destaca as preferências desse público, evidenciando a importância do preço e da fidelidade nas escolhas de farmácias.

Confira como preço e fidelidade influenciam os idosos nas farmácias e saiba o papel crescente do digital nas compras dessa faixa etária.

O que move as escolhas dos consumidores 50+?

Para 91% dos entrevistados, o preço dos medicamentos é o fator principal ao decidir onde comprar

Essa preocupação é compreensível, pois a maioria dos idosos precisa arcar com os próprios custos de medicação. 

O levantamento apontou que 67,7% dos consumidores da faixa 50+ pagam pelos próprios remédios, enquanto 28,1% dependem de programas como o SUS e Farmácia Popular.

Segundo Edison Tamascia, presidente da Febrafar, essa faixa etária se torna cada vez mais relevante para o mercado farmacêutico

“Com o crescimento do público sênior nas farmácias, é essencial que os estabelecimentos compreendam as necessidades financeiras desse grupo e ajustem suas estratégias”, explica.

Outros fatores na escolha da farmácia

Além do preço, o levantamento mostra que outros fatores também influenciam a decisão de compra

Entre eles, a localização da farmácia é importante para 60,1% dos entrevistados, seguida da disponibilidade de estoque (54,4%) e facilidade de estacionamento (52,9%). 

A participação no programa Farmácia Popular e a qualidade do atendimento também têm seu peso na escolha, mencionados por 43,6% e 39,2%, respectivamente.

Essa variedade de critérios reflete a importância das farmácias em se adaptarem para atender tanto às necessidades financeiras quanto às de conveniência dos idosos.

Crescimento das compras digitais entre o público sênior

Embora 86,6% dos consumidores 50+ ainda prefiram realizar as compras presencialmente, o estudo revelou uma migração gradual para o digital

Cerca de 17,5% dos entrevistados usam o WhatsApp para realizar pedidos e 8,7% utilizam aplicativos de farmácias.

Esse aumento no uso de ferramentas digitais é um indicativo de que as farmácias precisam considerar a adoção de soluções digitais para facilitar o acesso de consumidores idosos aos produtos. 

O WhatsApp e os aplicativos surgem como alternativas eficazes, especialmente para aqueles que enfrentam dificuldades de locomoção.

Aumento da população idosa e suas implicações para o mercado

O Brasil está passando por um processo de envelhecimento populacional, e as projeções indicam que o número de pessoas com mais de 50 anos deverá dobrar nos próximos 30 anos. 

Esse contexto evidencia a relevância estratégica desse público para o setor farmacêutico.

Com uma demanda crescente por medicamentos e produtos de saúde, as farmácias devem se adaptar para oferecer preços acessíveis e também oferecer um atendimento diferenciado que contemple o perfil e as necessidades desse público.

Desafios na gestão de medicamentos em casa

A pesquisa também identificou um desafio importante: 48,1% dos consumidores relatam dificuldades para administrar seus medicamentos em casa. 

As principais dificuldades incluem:

  • Leitura das embalagens (25,3%)
  • Cumprimento dos horários (17,3%)
  • Partir comprimidos (14,9%)

Esses problemas indicam a necessidade de soluções mais acessíveis e de apoio na administração de medicamentos, como embalagens mais legíveis e práticas de gestão de remédios para facilitar o uso.

Relevância dos medicamentos para idosos com doenças crônicas

O estudo revela ainda que 73,3% dos consumidores 50+ possuem ao menos uma doença crônica, sendo a hipertensão (54%) e o diabetes (24,2%) as mais comuns. 

Esse dado ressalta a importância do acesso contínuo a medicamentos e da manutenção de preços acessíveis para esse público, que muitas vezes conta com a aposentadoria como principal fonte de renda.

A relação dos idosos com as farmácias

Apesar do interesse em buscar os melhores preços, 85,8% dos entrevistados pesquisam preços em diferentes farmácias, a fidelidade se mantém alta. 

O estudo aponta que 61,4% dos consumidores costumam comprar quase sempre na mesma farmácia e 30% compram sempre no mesmo local.

Essa fidelidade é uma oportunidade para que as farmácias cultivem a confiança e o relacionamento com os clientes, oferecendo programas de fidelidade e benefícios que atendam às necessidades desse público.

O mercado farmacêutico está em constante transformação para atender à crescente demanda dos consumidores seniores. 

Com o envelhecimento populacional e as necessidades específicas dessa faixa etária, é essencial que as farmácias considerem preços acessíveis e a implementação de soluções digitais. 

Fonte: Portal Meu Tudo

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