A venda de MIPs e OTCs dentro da drogaria representa cerca de 20% do total, atrás apenas da venda de prescrição. A pesquisa realizada pelo Instituto Febrafar de Pesquisa e Educação Corporativa – IFEPEC sobre o comportamento do consumidor em farmácias no Brasil mostra que 95,5% dos entrevistados precisam de ajuda de um atendente para encontrar esses produtos na loja. Mas afinal, o que você precisa saber sobre MIPs e OTCs para otimizar a venda na drogaria?
Vamos começar com o conceito e a diferença entre entre OTCs e MIPs:
OTC, é a sigla para o termo em inglês “Over the Counter” em uma tradução livre: “fora do balcão”. São os produtos de venda livre dentro da drogaria. Vale ressaltar que o universo de OTCs abrange tanto medicamentos (MIPs) como os não-medicamentos. Um exemplo dessa situação são os polivitamínicos que possuem registro como suplemento alimentar mas por não se tratarem de medicamentos, não ingressam na categoria de MIPs.
E o que são os MIPs?
MIP é a sigla para Medicamento Isento de Prescrição. São os medicamentos disponíveis nas drogarias que não exigem a apresentação de receituário médico, odontológico ou de outro profissional da área da saúde. São aqueles aprovados pelas autoridades sanitárias para realizar o tratamento de sintomas menores e mais simples, como por exemplo dores de cabeça, tosse, dores musculares e febre branda. Ou seja, os MIPs fazem parte da categoria de OTCs.
Em 2016, a Anvisa publicou a RDC Nº 98, que define os 7 critérios e exigências para que um medicamento isento de prescrição possa ser vendido diretamente ao cliente. Conheça cada um deles:
- Tempo de comercialização do princípio ativo
- Perfil de Segurança
- Indicação para tratamento de doenças não graves
- Utilização por Curto Período de Tempo
- Ser manejável pelo paciente
- Apresentar baixo potencial de risco em situações de mau uso ou abuso
- Não apresentar potencial de causar dependência
Como orientar os seus clientes na hora das compras de MIPs e OTCs?
- Você pode cuidar sozinho apenas de pequenos sintomas já conhecidos ou diagnosticados.
- Sempre leia a bula dos medicamentos e informações da embalagem para não errar a dosagem e conhecer os efeitos colaterais.
- Ao escolher um Medicamento Isento de Prescrição, faça isso com a ajuda de um farmacêutico.
- Se os sintomas persistirem por mais de três dias, procure um médico e pare de tomar os medicamentos isentos de prescrição.
Embora os medicamentos isentos de prescrição possuam baixo potencial de toxicidade e de interações medicamentosas, é importante fazer alguns alertas sobre o uso para o cliente, sendo eles:
– Nunca alterar a dose para mais ou menos do que a indicada pela bula ou pelo farmacêutico.
– Sempre verificar com um médico antes de iniciar algum tipo de interação com outro medicamento
– Nunca cortar comprimidos ou retirá-los de dentro da cápsula para não causar efeitos adversos e afetar a ação do medicamento
– Sempre verificar o prazo de validade para não consumir medicamentos vencidos
Para otimizar a venda de MIPs e OTCs na drogaria, além de conhecer os termos e as orientações ao consumidor, você precisa estar atento a alguns detalhes. Se, como falamos no início desse artigo, 95,5% dos consumidores possuem dificuldade em localizar os MIPs na drogaria, o que pode ser feito para ajudá-los? Confira 3 dicas práticas para otimizar o atendimento e o autosserviço dessas categorias:
1- Como o próprio nome já diz, os OTCs devem estar do lado de fora do balcão da drogaria. Se a sua farmácia não dispões de muito espaço, analise principalmente aqueles que são de Curva A para compor as gôndolas externas. E lembre-se: por se tratar de produtos para sintomas leves e já conhecidos pelos clientes, você deve facilitar a localização desses produtos para que o cliente execute o “autosserviço”, ou seja, o próprio cliente ter a autonomia de pegá-lo na gôndola sem precisar ir até o balcão solicitá-los.
2- Gestão por categorias: Nem todos os clientes conhecem o termo MIP ou OTC. Por isso, ao identificar as categorias em que esses medicamentos estão dispostos, lembre-se de fazer a identificação por meio dos sintomas. Por exemplo: coloque as testeiras identificadas da seguinte maneira medicamentos para DOR e FEBRE, GRIPES e ALERGIA, VITAMINAS e MINERAIS, e por fim, SISTEMA DIGESTIVO. Essa forma de categorização ajuda o cliente na hora de buscar o medicamento através do sintoma que ele possui.
3- Mantenha as gôndolas de MIPs próximas ao balcão. Embora os clientes queiram a praticidade de localizar e pegar o próprio medicamento sem a ajuda de um atendente, eles podem ter dúvidas em relação a qual medicamento comprar ou sobre a usabilidade desses compostos. Por isso, ao colocar os MIPs próximos ao balcão, você garante que sempre terá um atendente para auxiliar o cliente caso ele precise.
Agora que você já conhece a importância das categorias de OTC e MIPs dentro da drogaria, comece hoje a aplicar as dicas da Universidade da Farmácia e otimize as vendas desses produtos.
Autoria: Kelly Miyake – Publicitária e especialista em marketing da Universidade da Farmácia