19 de novembro de 2024
05 de dezembro de 2014
Hypermarcas quer fazer alianças com farmacêuticas internacionais para trazer ao Brasil produtos que ainda não são disponibilizados no país
A fabricante de medicamentos e produtos de consumo Hypermarcas estuda alianças estratégicas na área farmacêutica, afirmou o presidente da empresa, Claudio Bergamo. “Não é nada para o curtíssimo prazo, mas é um caminho que estamos olhando além do crescimento orgânico”, afirmou o executivo a analistas e investidores. “Recentemente, viajamos para a Índia para conhecer possíveis parceiros e novos mercados”, contou.
Segundo Bergamo, a indústria indiana tem 45% do mercado americano de genéricos. Ele citou, entre as principais empresas, a Glenmark, Cipla, Cadila, Dr. Reddy’s, Ranbaxy e Sun Pharmaceutical. “Percebemos, nessa viagem, que quando as empresas entenderam o que é a Hypermarcas, viram o grande potencial de compartilhar tecnologia”. Só cerca de 20% da receita dessas companhias é gerada na Índia, segundo Bergamo. “Muitas delas tentaram fazer negócios no Brasil e, em sua maioria, chegaram à conclusão que a barreira de entrada é muito grande. Elas perderam muito dinheiro aqui e disseram que só entram no Brasil com alguém que conhece o mercado”.
As alianças com indústrias internacionais são avaliadas como parte da estratégia da companhia para ocupar espaços em branco no mercado farmacêutico. A Hypermarcas compete em 51% de todos os tipos de medicamentos oferecidos no mercado brasileiro e quer chegar a 78% daqui três a cinco anos. Para isso, está desenvolvendo mais medicamentos. “Mas também queremos trazer produtos que existem lá fora e ainda não estão no Brasil”, disse Bergamo.
A Hypermarcas é líder no mercado brasileiro de medicamentos OTC (isentos de prescrição médica), com marcas como Gelol, Rinosoro, Apracur, Atroveran e Benegrip. A empresa é a segunda colocada no segmento Rx (com prescrição), atrás da Novartis, e terceira em genéricos, após EMS e Sanofi. Luiz Violland, presidente da divisão farmacêutica da Hypermarcas, disse que a empresa quer crescer em vitaminas – categoria em que tem 27% das vendas e pode atingir 80% -, medicamentos para diabetes e para o sistema nervoso.
Bergamo contou que o bloco de controle da fabricante tem discutido até que ponto o nome Hypermarcas traduz o que a companhia é hoje. O nome foi adotado em 2007, quando a companhia iniciou uma série de aquisições – foram 23, até 2010. Atualmente, 65% dos negócios da Hypermarcas são considerados do segmento farmacêutico. Esse percentual inclui preservativos, adoçantes e protetores solares. Tais categorias são geridas pela divisão de consumo da empresa, mas, segundo Bergamo, são classificadas mundialmente como produtos farmacêuticos. Os outros 35% dos negócios se referem a produtos de higiene e beleza.
Fonte: Valor Econômico