07 de maio de 2013

Hypermarcas dilui custos, controla despesas e ganha eficiência no 1º trimestre do ano

Da Redação

 

Apesar de um início de ano com vendas mornas, a Hypermarcas – dona de um portfólio de cerca de 195 marcas, como esmaltes Risqué, adoçante Zero Cal e analgésico Coristina D, conseguiu diluir custos, controlar despesas e ganhar eficiência no primeiro trimestre deste ano – resultado da concentração fabril da companhia em duas unidades em Goiás. Esse foi um dos fatores que contribuíram para um lucro líquido 150% maior do que mesmo período do ano passado.

A consolidação da produção de medicamentos da Hypermarcas em Anápolis (GO) está em fase mais avançada do que a integração das linhas de consumo em Senador Canedo (GO), mas ambas já começam a entregar produtividade e, assim, elevar a lucratividade da empresa.

A margem bruta da Hypermarcas avançou 1.8 ponto percentual no primeiro trimestre deste ano, para 63,9%. A divisão de medicamentos apresentou o maior avanço, de 2.7 pontos percentuais, enquanto a unidade de consumo teve evolução de 1.3 ponto percentual. O diretor financeiro Martim Mattos disse que, nos últimos trimestres, os níveis de produtividade da unidade de Anápolis ainda não estavam dentro das expectativas da companhia, mas agora alcançaram um bom nível.

Ao longo do trimestre, a companhia iniciou a produção de linhas de cosméticos e expandiu a capacidade de produção de fraldas em sua nova fábrica de consumo. A Hypermarcas está verticalizando seus processos na unidade, o que a ajudará a ter custos competitivos em relação aos concorrentes. Claudio Bergamo, presidente da Hypermarcas, citou como exemplo a economia com a unificação da compra de embalagens.

A companhia teve receita líquida consolidada de R$ 958,4 milhões no primeiro trimestre, um avanço de 7% em relação ao mesmo período do ano passado. A alta nos preços foi o maior responsável pelo crescimento – o volume contribuiu com aumento de 3%. A divisão de consumo, de produtos de higiene e beleza, cresceu 10% em valor no período. Os preços tiveram reajuste de 7%, em média. De acordo com Bergamo, o repasse foi feito com sucesso devido à política comercial da companhia implantada no segundo semestre de 2011, que mantém os estoques baixos.

Mudanças estruturais na área comercial foram implementadas em 1º de fevereiro. A área de vendas, que era centrada em produto, passou a ser organizada por canais – atacado, varejo regional, farmácia etc. “A gente acredita que agora tem a abordagem certa para atender ao mercado”, disse Bergamo. Para o executivo, a tendência é que haja daqui para frente aumento tanto no volume de vendas, à medida que a mudança comercial evoluir, como em valor, devido à tendência de sofisticação do consumo.

O crescimento da unidade de medicamentos, de 4,5% no trimestre, ficou abaixo da expectativa do comando da empresa, apesar do aumento de preços ter sido pequeno, em torno de 1%. O desempenho considera as vendas feitas pela fabricante aos clientes varejistas, mas a demanda na ponta continuou forte e a venda dos medicamentos da Hypermarcas ao consumidor aumentou 27% no período.

Questionado por um analista sobre a discrepância entre os números de “sell-in” (da indústria ao varejo) e “sell-out” (venda ao consumidor), o presidente da Hypermarcas disse que o varejo foi “um pouco mais conservador” este ano, provavelmente devido às incertezas em relação à inflação, juros e crescimento econômico. “Se o cenário macroeconômico persistir muito incerto, há propensão de os clientes continuarem avessos ao risco”, afirmou. Mas pode tratar-se de um evento pontual, ponderou. “Chega uma hora em que ele [o varejista] vai ter que recomprar, porque ele trabalha com nossos produtos e a nossa demanda está indo bem”. Bergamo disse que, em abril, as vendas foram ligeiramente superiores à meta da empresa, o que sugere uma tendência de recuperação.

Em termos de fluxo de caixa, o trimestre foi marcado por geração de caixa operacional de R$ 184 milhões, o que contribuiu para a redução da dívida líquida em R$ 100,6 milhões em relação ao quarto trimestre, para R$ 2,6 bilhões ao fim de março, em linha com a estratégia de redução da alavancagem da empresa, equivalente a 2,9 vezes o Ebitda ajustado acumulado em 12 meses até março de 2013, ou 2,7 vezes a projeção de Ebitda ajustado para este ano.

Fonte: Valor Econômico – SP

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