![](https://febrafar.com.br/wp-content/uploads/2024/07/Palestrante-Edison_Imersao-2024-e1721839016429.jpeg)
24 de julho de 2024
22 de outubro de 2014
Um dos segredos do sucesso de qualquer negócio é o ponto comercial. Não basta ter um ótimo produto, bom preço e vendedores eficientes se a localização de sua farmácia não é adequada. Muitos empreendedores cometem o erro de achar, por exemplo, que basta a rua ser movimentada para garantir muitos clientes. Outros acham que o melhor é ficar longe de um concorrente mais forte.
Se fosse assim, o Habib’s (rede de fast food especializada em comida árabe) teria ido à falência ainda no começo. Fiquei surpresa quando o dono disse que procurava sempre escolher um ponto o mais próximo possível de um Mc Donald’s. Ele afirmou que: “as pessoas têm necessidade de variar e, fatalmente, acabariam entrando um dia na sua loja”.
Resumindo, sua estratégia deu tão certo que nem é preciso explicar. Se transportarmos esta estratégia para o varejo farmacêutico, podemos utilizar como exemplo o caso da Farma Conde, situada nas proximidades da Ultrafarma, ambas situadas na zona sul da capital paulista.
Trocando em miúdos, é válido ressaltar que a escolha do ponto depende de um conjunto de fatores, além da localização e da concorrência. Vamos comentar algumas orientações básicas sobre o que levar em consideração:
1 – De olho na rua: É preciso fazer uma pesquisa de localização. Se puder, contrate uma empresa para fazê-la. Dizer que a rua movimentada é o melhor local pode ser precipitado. Para alguns empreendimentos certamente é; para outros, nem tanto. Se o seu potencial cliente é de alto poder aquisitivo, por exemplo, não é interessante estar em ruas muito movimentadas.
Outro cuidado a ser tomado é com o fato de que muito movimento pode significar falta de tempo para observação. A análise do movimento deve ser feita em dias e horários diversos. Verifique os hábitos de quem transita e se os horários de movimento coincidem com a utilização de sua loja ou serviço. Mantenha-se afastado de parques e praças mal iluminadas, pois a segurança do cliente é muito importante.
Até o lado da rua deve ser considerado. Em locais de clima quente, prefira o lado onde faz sombra à tarde. Alguns negócios dão mais certo se estiverem na mão conveniente do consumidor. Uma padaria ou farmácia, por exemplo, tem mais perspectivas no sentido centro-bairro.
2 – Tipos de mercadoria e sistema de trabalho: As cidades e os bairros têm suas necessidades. Por isso, verifique se o tipo de mercadoria e o sistema de trabalho oferecido por você vão ao encontro desses anseios.
3 – Potencialidades do mercado: O ponto também depende do mercado que está ao seu redor. É preciso traçar um perfil do consumidor potencial, levando em conta itens como renda, número de carros por habitante, estilos residenciais e comerciais, entre outros. Em outras palavras, é preciso certificar-se de que o seu futuro cliente realmente passa por aquele local.
4 – Tendência populacional: A tendência populacional também deve ser levada em conta. Além de analisar a situação presente, é preciso estudar os índices de crescimento e as expectativas gerais. São Paulo, por exemplo, tem experimentado uma redução populacional nas regiões centrais e uma forte elevação na periferia. Em uma mesma cidade, sempre há áreas que estão em declínio de poder aquisitivo e outras em ascensão. É preciso conhecer a tendência para estar preparado quando as mudanças se consolidarem.
5 – Disponibilidade de locais para abertura de lojas: A região pode ser a ideal para o seu negócio, mas pode não haver disponibilidade de imóveis. Às vezes, eles são inexistentes e, quando existem, os valores referentes ao ponto são proporcionalmente muito altos para o capital do empreendedor, o que torna o negócio inviável. Em situações assim, a solução é ir para bairros, pequenos centros comerciais e shoppings regionais – onde a análise, como sempre, deverá ser criteriosa.
6 – Localização: A proximidade a outros serviços, como chaveiros, agências dos Correios, bancos 24 horas e até mesmo supermercados pode ser uma associação interessante.
7 – A vizinhança: Pode não ser bom ficar isolado, longe de outros comércios. Mas analise quem vai ser o seu vizinho. A incompatibilidade com alguns serviços é notável e afasta o cliente. Imagine, por exemplo, sua farmácia ao lado de uma peixaria.
8 – Ponto de ônibus: Essa referência também é relativa. Pode ser bom para produtos de alta circulação e baixos valores, mas é ruim para produtos e serviços de maior valor aquisitivo. Nesse caso, desvaloriza o empreendimento.
9 – Portas fechadas: Clientes de menor poder aquisitivo são receosos a portas fechadas por acharem que os preços são mais altos. Mas isso não significa que se possa descuidar do visual ou da comodidade. Já as classes média e média/alta exigem mais conforto, segurança e necessitam de estacionamento.
10 – Concorrência: Verifique se o mercado já não está saturado para o seu negócio. Se os indícios apontarem para uma atração cumulativa, é bom repensar antes de se instalar. Não é interessante apenas oferecer mais do que já existe na região; vai ser preciso se diferenciar para se sobressair.
Como viram, há muitos fatores a considerar antes de escolher um ponto comercial. Daí a importância de se optar por escolhas baseadas em dados técnicos ao invés de recorrer a fatores subjetivos.
Silvia Osso (siosso@uol.com.br) é palestrante e consultora de empresas. Jornalista, especialista em varejo, é autora dos livros ‘Atender bem dá lucro’; ‘Programa Prático de Marketing para Farmácias’; ‘Administração de Recursos Humanos’ e do DVD Etiqueta Empresarial.
24 de julho de 2024
23 de julho de 2024
14 de julho de 2024
05 de julho de 2024
02 de julho de 2024
01 de julho de 2024