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24 de julho de 2024
04 de maio de 2024
Boatos sempre estiveram presentes no mundo, e no segmento farmacêutico não é diferente. Contudo, a dimensão que os boatos têm tomado na vida das pessoas é notável.
Sempre destaco aos meus amigos e, principalmente, aos dirigentes das redes associadas à Febrafar e Farmarcas, que, para uma compreensão mais precisa do que realmente ocorre, é crucial distinguir as informações apresentadas, pois essas podem ser um simples boato, uma opinião pessoal ou um fato concreto.
Segundo nosso dicionário, boato é uma novidade que circula na boca do povo sem origem que a autentique; opinião é uma maneira particular de pensar sobre um assunto; e fato é uma ação, algo realizado, o que é verdadeiro. Se observarmos, os boatos têm sempre uma conotação negativa, relacionados a uma grande ameaça. Somos constantemente abordados com informações do tipo:
– “O programa Aqui Tem Farmácia Popular não terá mais medicamentos”;
– “Vão acabar os medicamentos nas farmácias”;
– “Um amigo disse que os dados que estão informando são mentirosos”;
– “Tudo faz parte de um grande plano de determinado grupo de pessoas”;
– “Água quente pode curar a doença”; entre inúmeras outras.
Em outras palavras, se eu descrever todos os boatos que têm circulado nos últimos tempos, certamente precisaria de centenas de páginas para relacioná-los. No entanto, é correto afirmar que todas as manchetes mencionadas anteriormente são apenas boatos.
Mesmo que algum boato possa tornar-se fato um dia, enquanto isso não ocorre definitivamente, não vale a pena perder um segundo do nosso precioso tempo discutindo-o, tampouco nos contaminando com esse tipo de informação que, a bem da verdade, só nos levará do nada para lugar nenhum.
Por outro lado, a opinião é livre. Cada um de nós tem o direito de ter uma visão sobre qualquer assunto. Não existe opinião certa ou errada, pois cada indivíduo tem o livre-arbítrio para pensar o que quiser sobre determinado tema.
Por exemplo, posso opinar que o ingresso das empresas multinacionais no varejo farmacêutico brasileiro em nada alterará o processo concorrencial existente hoje no comércio nacional. Outras pessoas podem, livremente, acreditar no contrário. No entanto, não é possível afirmar com certeza quem está certo ou errado, pois a opinião é apenas a transmissão de um pensamento, de uma visão pessoal sobre um assunto.
Já o fato é algo verídico. E contra fatos não há argumentos. Um exemplo incontestável é que vivemos tempos de profunda preocupação para toda a sociedade. Temos experimentado uma situação de grande apreensão. Os números das doenças são crescentes, e medidas devem ser tomadas para que o impacto seja cada vez menor para todos.
Diante dessa situação, cabe às pessoas uma preocupação extra com as informações que divulgam. É necessário buscar embasamento no que falam e replicam. Nem toda informação é verídica. Mesmo quando fontes são citadas, é preciso averiguar, conferir dados, como data de publicação, se os números não foram alterados e se podemos confiar nas informações.
As pessoas devem se atentar e evitar replicar informações no calor das emoções, preocupando-se com o que proliferam, pois boato não é fato. Afinal, contra fatos, não há argumentos!
Edison Tamascia
Presidente da Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias e da Farmarcas
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