19 de novembro de 2024
01 de junho de 2022
Conferência de Líderes debateu importantes pontos para crescimento do varejo farma
Nos últimos dias 23 e 24 de maio aconteceu a edição de 2022 Conferência de Líderes do Mercado Farmacêutico Febrafar e Abradilan, evento anual e fechado, que reúne as diretorias das duas entidades para escutarem especialistas de mercados e debater o momento vivido.
O evento teve início com a abertura dos presidentes das duas entidades, Edison Tamascia, da Febrafar, e Jony Sousa, da Abradilan. Que falaram da importância do evento, que tem público bastante limitado e que possui um conteúdo bastante relevante.
Na sequência ocorreu a apresentação do diretor geral da Germed, Cauê Nascimento, que falou dos objetivos da empresa. Para o diretor, “sonhar não paga imposto”, assim objetivos foram traçados para serem alcançados, dentre os quais está o de ser um laboratório com um R$ 1 bilhão de faturamento.
Ele explicou que, para que isso ocorra, foram desenvolvidas diversas ações, que possibilitaram uma retomada forte em 2021, planos e estratégias bem estabelecidos, buscando cuidar da marca, investindo em tecnologia e também no setor de gente e gestão.
Ainda na parte da manhã, Paulo Paiva, vice-presidente da Close Up, realizou a apresentação “Compartilhando estratégias – distribuidores e farmácias”, na qual apresentou dados sobre o mercado, destacando que no MAT apresentado, a Febrafar é o grupo que mais cresce, só perdendo para o digital.
Ele explicou que o momento é de crescimento de mercado, o que pode ser impulsionado por fatores como o inverno. Contudo, existe a preocupação com a falta de insumos, que pode ocorrer, mas que posse ser vencida com uma melhor distribuição, o que pode gerar melhores negócios.
Para Paiva, a performance das farmácias está diretamente ligada à diversidade, necessitando de uma parceira das lojas com a distribuição mais equalizada por causa da grande quantidade de produtos, coisa que o varejo independente não tem como fazer sozinho.
Para finalizar a manhã aconteceu o painel “Evolução e perspectivas do mercado de genéricos”, que contou com a presença dos presidentes Edison Tamascia e Jony Sousa, além de Marcus Sanchez, Vice-Presidente do Grupo EMS, e Jairo Yamamoto, CEO da Althaia.
Esse foi um importante debate que abordou temas como desabastecimento mundial em vários setores. Segundo os participantes, os impactos estão chegando no varejo farmacêutico e é preciso inteligência para fazer o mercado rodar no período.
Também foi feita uma análise dos impactos que a liberação do aumento de medicamentos poderia causar no setor, atualmente isso ocorre em apenas uma data. Além de um debate sobre a questão de marcas próprias ou exclusivas de redes e os riscos que isso pode ter.
Parte da tarde
No início da tarde, representando a Hypera Pharma, Ricardo Sanches, realizou a apresentação “‘Crescimento e evolução da Hypera”, na qual pode ser observado o crescimento da empresa nos últimos anos.
A empresa realizou um importante investimento em aquisições e impulsionou o atendimento às farmácias, com um crescimento de 85%, o aumento de PDVs visitados pela equipe de Sell-out. Isso resultou em um posicionamento consistente, colocando a empresa entre as líderes de mercado nas principais categorias.
Ricardo Sanches foi seguido por Cesar Bentim, diretor de relacionamento da IQVIA, que fez a apresentação ”A farmácia além da prescrição – cenário atual e oportunidades”, na qual fez importante provocações sobre quais são melhores caminhos para o setor.
Segundo ele, a percepção de que a farmácia está indo para fora do balcão é cada vez mais clara. Sendo preciso estratégica, pensando no que vale ter na farmácia em saúde e bem-estar. Ou seja, fazer escolhas e entender cada vez mais o consumidor.
Um questionamento feito por Bentim foi em relação a categoria de maior destino para a farmácia, dando como resposta que esses são os MIPs. Outras provocações foram em relação a como levar mais clientes para as farmácias e como pensar nos canais digitais.
Para fechar o dia aconteceu a apresentação “A importância da sustentação do planejamento de médio e longo prazo”, com Mariana Leite, líder na Falconi Consultoria. Em sua apresentação, ela falou sobre a importância do planejamento de médio e longo prazo em todas as empresas, além de apresentar conceitos de estratégias e como gerar ações para que as metas sejam alcançadas e garantir a perenização no futuro.
Segundo dia do evento
A abertura do segundo dia de evento foi com Kal Rodrigues, diretor comercial e de marketing da Geolab, que falou sobre a ampliação do parque fabril, portfólio da empresa e apresentou o moderno projeto de expansão.
A Geolab está ampliando sua estrutura com a abertura de seu site 2, mostrando que a marca investe no futuro. A empresa tem uma projeção conservadora de 40 moléculas para os próximos 5 anos, com a ampliação de mais de 100 novos SKUs.
Na sequência foi a vez das apresentações dos especialistas da XP Investimentos, que fizeram análises dos cenários políticos e econômicos do país para os próximos meses.
A primeira apresentação foi de Paulo Gama, analista político, que apresentou perspectivas econômicas em meio aos riscos atuais. Ele falou do desafiador papel de traçar cenários no Brasil devido às grandes incertezas.
Em relação ao cenário eleitoral, Paulo Gama explicou que a XP investe pesado em pesquisa. Em relação a isso, ele vê que se tem uma diferença sobre o que a população quer e a pauta econômica.
Outro ponto destacado é que se observa que não se está contemplando mais a possibilidade de “um salto no escuro”, por parte da população, que busca pessoas com experiência, por isso que se tem a polarização entre o atual presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente, Luiz Inacio Lula da Silva.
Ele pontuou que em relação a 2018, que não tinha um governo concorrente, esse tem um presidente defendendo seu legado e que atualmente vem em uma curva de aprovação positiva.
Para ele, a tendência é que a aprovação do Bolsonaro chegue em alta, gerando uma disputa de segundo turno bem apertada. Em relação a terceira via, ela só surgiria se ocorresse a desintegração do Bolsonaro, o que não se projeta.
Em relação às expectativas para 2023, Paulo Gama explicou que para o mercado hoje tem pouca diferença entre Lula e Bolsonaro, com expectativa de que em caso de vitória com ambos se tenha diálogo.
Após essa apresentação o economista-chefe da XP, Caio Megale falou sobre “O impacto das eleições presidenciais no cenário econômico”, começando com a apresentação de um cenário macroeconômico. Foi destacado o fato de ser um ano eleições e de uma Copa do Mundo diferente, por ser no fim de ano.
Ele falou que o mundo vive um momento complexo, por causa da pandemia, com alta nos preços de comodities, que traz a um processo recessivo e inflacionário. Muito disso em resultado de um grande volume transferido do setor público para o privado.
Outro impacto que a pandemia trouxe foi o fenômeno da tecnologia e a vida que desplugou de um dia no escritório e outro em casa. Com ações de transferência de renda para a população, e esse processo de ficar em casa muitas economias voltaram muito forte, disparou demanda de vendas e compra.
Isso teve como resultado falta de insumos e a sensação de deflação passou para a inflação. Quando tudo aparentava se normalizar, na virada de 2021 para 2022, se tem a Guerra na Ucrânia e comodities. Resultado: bancos centrais sobem as taxas de juros.
Segundo Megale, provavelmente grandes economias entrem em recessão nos próximos meses, o que será um problema para o mundo, mas essa será mais curta, diferente de 2008, quando o sistema estava doente. Antes da pandemia economia era mais saudável e a recuperação tende a ser mais rápida.
Em relação ao Brasil, ações já foram tomadas antes, e os resultados já estão tendo efeito, outro ponto é que a alta de comodities é favorável ao país. Além disso, um possível processo de desglobalização pode ser positivo localmente.
Por fim, segundo Megale, independentemente do presidente, não se deve ter grandes variações no país em comparação com outros países emergentes. E que por mais que se pense em reformas, a mãe de todas as reformas é a tributária.
Após as apresentações da XP, foi a vez da indústria Natulab falar de sua nova gestão. A apresentação começou com Edu Lima, CMO da empresa, explicando que a empresa está atualmente como número 1 no ranking de fitoterápicos, graças a produtos de qualidade e preço acessível.
Além disso, a empresa tem se esforçando em gerar conteúdo e aprimoramento para profissionais de saúde. O CEO da empresa, Guilherme Maradei, também falou sobre a nova gestão, além de apresentar planos e estratégias de crescimento.
Para finalizar, foi realizado um grande painel sobre os assuntos abordados no evento, que teve como mediadores Jony Sousa e Edison Tamascia. Além deles participaram Paulo Paiva, da Close Up, Guilherme Maradei, da Natulab, Jeandré Cohen, diretor comercial da Hypera, Kal Rodrigues, da Geolab, e Cauê Nascimento, da Germed.
Na ocasião foram debatidos os desafios do momento, como o problema de desabastecimento, que não deve ser resolvido em curto prazo, a necessidade de habilidade de trabalhar em cenário bem incerto. Além disso, marca própria foi ao debate novamente.