19 de novembro de 2024
01 de outubro de 2023
Farmácias e drogarias, muito além dos pontos de venda
Antes vistas apenas como ponto de venda de medicamentos e cosméticos, farmácias e drogarias buscam novas funções e cada vez mais sofisticação para mudar a imagem. Algumas assumem ares de consultório de saúde e investem em tecnologia. Basta um clique no aplicativo e o cliente consegue agendar dia e horário na sua drogaria ou farmácia preferida, seja para uma vacina ou uma consulta on-line.
Os testes rápidos, que antes se restringiam apenas à detecção da covid-19 e glicemia, foram ampliados para 47 tipos diferentes de exames de análises clínicas, disponíveis desde 1º de agosto.
Antes da decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), grandes redes já realizavam parte desses exames por meio de decisão judicial e do amparo da Lei nº 13.021/2014 – legislação que definiu as farmácias como estabelecimentos de saúde –, ressalta a Associação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma).
O fato é que grandes e pequenas redes querem um novo posicionamento, como um posto de atendimento à saúde, associando a telemedicina à garantia da correta prescrição dos medicamentos e orientação aos pacientes.
A digitalização e o emprego de ferramentas tecnológicas também beneficiam as redes de menor porte. A Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar) disponibiliza 15 ferramentas que dão suporte às rotinas e à gestão das empresas em três verticais: administração, compras e vendas. “O associativismo praticado pela Febrafar possibilita o acesso a ferramentas inovadoras para o crescimento dos negócios”, ressalta Edison Tamascia, presidente da entidade.
A Febrafar reúne 66 redes, que somam 14.344 lojas em 26 Estados e no Distrito Federal, cujo faturamento nos 12 últimos meses até fevereiro, dado mais recente, superou R$ 25 bilhões, segundo a IQVIA, multinacional americana que atua no setor de tecnologia da informação em saúde e pesquisa clínica. O montante representa 13,7% do varejo farmacêutico nacional. Apenas uma das ferramentas, o Programa de Estratégias Competitivas, concentra uma base de 48 milhões de consumidores. “Nos últimos 90 dias, esse programa de fidelidade proporcionou um faturamento de R$ 1,9 bilhão e registrou transações envolvendo 7,9 milhões de CPFs”, relata Tamascia.
Dentro de um mercado que ganha terreno em todas as modalidades, as pequenas e médias redes de farmácias estão se movimentando em várias frentes. A União de Farmácias Brasileiras (Unifabra), que congrega esse perfil de varejo, acaba de criar uma estrutura de gestão profissionalizada com a meta de ser a principal voz das pequenas e médias redes.
Até 2025, a meta é dobrar de tamanho e somar R$ 4 bilhões de faturamento. “A associação congrega 16 redes que administram 373 lojas e, juntas, acumulam receita de R$ 1,8 bilhão”, informa Edu Rocha, CEO da entidade. A Unifabra, diz ele, já detém 13% de participação em municípios de até 50 mil habitantes e 9% em cidades médias, com população máxima de 300 mil habitantes. “Temos musculatura para avançar nessas localidades, mas também enxergamos potencial para ganhar espaço nas metrópoles.