13 de dezembro de 2023

Principais conquistas do mercado farmacêutico em 2023

Mais um ano vai chegando ao fim e é importante relembrar as principais conquistas na trajetória do mercado farmacêutico, na opinião dos maiores formadores de opinião do setor. Veja a seguir!

Na última década, a farmácia vem avançando fortemente na sua importância junto à sociedade e isso se dá pela adoção de uma pauta pragmática consistente e vanguardista – ser um estabelecimento de saúde e com isso trazer a Atenção Farmacêutica, um setor com alta geração de bons e qualificados empregos, um grande pagador de impostos, além de aplicar centenas de milhões de reais em investimentos diversos. De acordo com o diretor na ARTEGIST Healthcare Consulting, Cesar Bentim, tudo isso levou a farmácia a ser um elo cada vez mais relevante para o sistema de saúde e para a sociedade como um todo. “Recentemente, a conquista de maior relevância foi a ampliação dos testes em farmácias, algo que representa o início de novos negócios para o setor, mas, sobretudo, é uma opção importante para milhões de brasileiros que hoje tem pouco ou nenhum acesso a esses serviços. É necessário também apontar para a conquista do canal digital. A digitalização do setor é um caminho sem volta, que exige muito investimento aliado a observação de regras rígidas, afinal estamos tratando do bem maior de cada um de nós – a saúde.”

O presidente da Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar) e da Farmarcas, Edison Tamascia, compartilha da mesma opinião. “Até o momento, é possível destacar a mudança na Atenção Farmacêutica como uma conquista significativa, pois permite uma ampla gama de serviços que antes não eram oferecidos. Precisamos aguardar para avaliar o impacto real dessa mudança. Além disso, o mercado farmacêutico continuou crescendo, mesmo após um ano de forte expansão em 2022. Também é importante mencionar o Programa Farmácia Popular, que trouxe benefícios ao oferecer produtos gratuitos para beneficiários do Bolsa Família, embora seja necessário melhorar a rentabilidade para as farmácias atenderem a essa demanda.”

Para o CEO da Associação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), Sérgio Mena Barreto, seguramente, o ano de 2023 representa um marco para a saúde brasileira, graças à nova regulamentação da Agência Nacional de Vigilância Farmacêutica (Anvisa) que habilita os testes rápidos nas farmácias. “Há pelo menos seis anos atuávamos de forma consistente para alcançar esse momento. Aliada à Lei 13.021/2014, a nova RDC posiciona de vez a farmácia como porta de entrada do sistema de saúde no País.”

Até o momento, é possível destacar a mudança na Atenção Farmacêutica como uma conquista significativa, pois permite uma ampla gama de serviços que antes não eram oferecidos.

As farmácias seguem com desempenho consistente e registram aumento médio de 13% no faturamento, puxado especialmente por categorias como: genéricos, produtos de higiene & beleza, além do próprio e-commerce.

Desde 2016, a Abrafarma encampa um projeto de assistência clínica e, atualmente, mantém mais de seis mil salas exclusivamente para esses serviços; e pelo menos 40 testes rápidos já estão disponíveis nas grandes redes associadas. Esse cenário também reflete o impacto na pandemia, que reforçou o protagonismo do varejo farmacêutico na atenção básica. “Realizamos 20,7 milhões de testes de Covid e identificamos que pelo menos 10% dos casos eram graves o suficiente para encaminhamento ao hospital. Além disso, capacitamos cerca de 20 mil farmacêuticos para esses serviços. Isso mostra como podemos mudar a realidade da adesão aos tratamentos no Brasil, onde 70% da população não se submete a testagens para avaliar sua condição clínica.”

Ele diz ainda que, além disso, as farmácias seguem com desempenho consistente e registram aumento médio de 13% no faturamento, puxado especialmente por categorias como os genéricos e os produtos de higiene e beleza (H&B), além do próprio e-commerce. Nos últimos 12 meses até julho, a receita já soma R$ 86 bilhões.

A não abertura de venda de OTC em supermercado é uma conquista importante do mercado farmacêutico, segundo relata o vice-presidente do Close-Up International, Paulo Paiva. “Com isso, a gente continua garantindo que o medicamento seja uma venda exclusiva do canal farmácia.”

O executivo comenta que o mercado continua crescendo em número de farmácias, são cerca de 97 mil estabelecimentos em 2023. “O número de farmácias abertas continua sendo alto, tivemos mais de 11 mil farmácias abertas este ano, lógico que o número de fechamentos também é expressivo, cerca de seis mil, mas continuamos tendo um saldo de abertura importante, então permanecemos vendo o canal farma com uma pujança superior a outros canais. Quando a gente olha os canais de consumo tradicionais, seja vestuário, seja eletroeletrônico, linha branca etc. todos esses segmentos estão bem freados e o canal farmácia segue em uma performance bem superior, superior até ao próprio Produto Interno Bruto (PIB), é um canal que tem uma possibilidade de ganho e de crescimento importante.”

Ele destaca como a maior dificuldade o equilíbrio entre mix e sortimento. “Quem não conseguir trabalhar dentro da oferta que a gente tem hoje, entre número de moléculas e produtos de consumo, quem não conseguir criar um mix de venda que atraia o consumidor, vai perder espaço e quem estiver trabalhando melhor isso, vai ganhar espaço, isso é um ponto importante. Só para se ter uma ideia, quando a gente olha para fralda infantil, vendeu R$ 3 bilhões de janeiro até agora em farmácia; fórmulas pediátricas, R$ 3,2 bilhões; emolientes e protetores, R$ 2,9 bilhões, ou seja, só aqui, em três categorias, estamos falando de quase R$ 10 bilhões. Esses grupos não estão bem executados em farmácias de pequeno porte, mas são categorias de alto impacto, em termos de giro, em termos de atratividade e em termos de oferta de serviços para o consumidor. Diabetes e obesidade são outros nichos que merecem atenção, cresceram muito e continuarão crescendo. Têm atraído muito consumidor com receituário para dentro da loja”, finaliza Paiva.

A não abertura de venda de OTC em supermercado é uma conquista importante. Com isso, existe a garantia de que o medicamento seja uma venda exclusiva do canal farmácia.

Fonte: Revista Santa Cruz

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